CURSO COMPLETO DE ESQUEMA PARA TRICÔ A MÃO E A MÁQUINA - PARTE 1
BÁSICO
"A IMPORTÂNCIA DA AMOSTRA"
O esquema para trico a máquina, é o mesmo de corte e costura, apenas um pouco mais simples, quem quiser fazer peças simples costurando com os esquemas de tricô, fica excelente. Vai depender do acabamento de cada tricoteira ou costureira. Quanto aos acabamentos, poderei ir dando as dicas, a medida em que for fazendo as peças.
Não se esquecendo, que é MUITO FÁCIL, SUPER FÁCIL, DIVINAMENTE FÁCIL, FAZER ESQUEMAS PARA ROUPAS DE TRICÔ.
A importância do esquema, são peças bem acabadas, com excelente caimento, um capricho visto a olho nú e a distância. Você não perde material pois usa apenas o necessário e, não precisa corrigir. Não ficam aquelas peças parecendo linguiça ou saco. Nem larga demais e nem apertada em demasia.
Os cálculos são coisa de aluno primário, acho que vale a pena tentar.
Essas aulas estarão sendo feitas praticamente em tempo real, portanto, tirem as dúvidas a vontade, dentro do que estará sendo administrado. Não adianta estar ensinando medida e querer saber do gancho da calça. Quando chegar no gancho da calça, pergunte.
Fazendo a amostra de um tecido:
Selecionei 60 pontos na máquina e coloquei a metade das agulhas na posição "E" e a outra metade na posição "B"
Por que eu fiz isso? Para fazer uma amostra mais rápido e não precisar estar gastando fio de cor e nem perdendo tempo colocando a linha nas agulhas.
As agulhas posicionadas abaixo nas posições "E" e "B"
Essa amostra vou fazer na regulagem 6, que é a regulagem que pretendo fazer a minha peça, mas poderia ser qualquer outra regulagem
Coloquei no WT, para poder fazer as primeiras 6 carreiras da minha amostra. O WT é para facilitar o trabalho.E vou passar o carro T novamente
Puxo todas as agulhas para a frente novamente
E passo o carro T, vou fazer isso umas 3 ou 4 vezes, depois, passo o carro T ainda em WT e faço umas 7 carreiras.
Coloco os pesos no trabalho e vou fazer umas 60 carreiras
Minha amostra.
Tirei-a da máquina, coloquei um bilhetinho para que não me esqueça como trabalhei, e, vou deixar essa amostra descansar pelo menos 4 horas. Gosto de fazer minhas amostras a noite, para usá-las no dia seguinte.
Minha amostra já descansou mais de 4 horas, pelo menos umas 12.
Vou abri-la delicadamente sem puxar e vou alfinetando numa superficie macia (uso a táboa de passar roupas)
Pego a minha fita métrica e a agulha de croche da Elgin, digo da Elgin porque ela vem junto com as máquinas e no lado contrário da agulha de croche, ela tem uma ponta que é uma maravilha para contar PONTOS E CARREIRAS.
Abaixo contando os pontos com a ponta da agulha de croche da Elgin. Vou contar quantos pontos tem em 10cm.
Agora vou contar quantas carreiras tem em 10cm. No caso, 45 carreiras em 10cm
Outra forma de contar, não fiz a foto mas, facilita muito, é a cada 5 careiras, ou a cada 5 pontos, marcar com 1 fio e 1 nó a carreira ou os pontos. Costumo usar essa forma de contar pontos, quando uso cores escuras como o preto, pois tenho uma certa dificuldade visual com essas cores. Aí uso uma cor de contraste como o branco. Meço os 10cm e o final, conto os pontos, que nem sempre acabam com 5, pode sobrar ou faltar. Na amostra abaixo, contei 33 pontos em 10cm no tecido sem passar.
Abaixo, só para fazer um comentário, abri delicadamente a amostra e alfinetei sem forçar, queria fazer a medida desse tecido todo só para fazer um comentário adiante.
Agora vou passar a ferro, sópara ter um outro valor em pontos e carreiras, no qual usarei mais tarde.
Agora na largura eu tenho 22cm (com o tecido passado)
E na altura eu tenho 19cm (tecido passado)
Agora vejamos, se fizemos uma amostra, temos que decidir se, no final do trabalho a peça será ou não passada.
Se fazemos um esquema com a peça sem passar, e, no final do trabalho resolvermos que queremos passar essa peça, automaticamente, ele aumentará de tamanho.
Da mesma forma, que passamos a amostra e fazemos o esquema baseado nos pontos da amostra passada, e, no final do trabalho resolvermos não passar a peça, o resultado final será uma peça um pouco menor que o esperado.
Calculando grosseiramente se em 10cm temos cerca de 3 pontos ou 3 carreiras a mais ou a menos, se usarmos a medida de uma circunferencia de quadril em torno de 100cm, então em pontos, teremos a mais cerca de 30 pontos ou seja, quase 10cm de diferença.
Resumindo, não dá para improvisar, a decisão tem que ser tomada antes de fazer o esquema, se a peça vai ou não ser passada.
Abaixo, um exemplo típico do ferro de passar roupa. Na peça abaixo foi usado fio para bebe da cisne, esses que vem em novelo.
A parte da frente do suéter não foi passada.
A parte da costa foi passada.
Percebe-se a diferença de alguns centimetros na peça.
Outra coisa que pecou e muito, foi que a parte que não foi passada, ficou de uma maciez impar, muito gostosa ao toque, super fofinha. Quanto a parte que foi passada, ficou fria e sem vida, sem nenhuma maciez. Mais parecendo roupa velha bem esticada.
Outra cultura nossa, é a vaporização. Podemos vaporizar algumas peças, tais como: saias, vestidos, coletes leves, echarpes, chales, etc. Mas casacos, sueteres, puloveres, inclusive os infantis, dentro do possível, o ideal seria nunca faze-lo.
Depois do advento da internet, se fizermos uma pesquisa em revistas atuais e antigas, principalmente as estrangeiras, verá que o ferro só é usado em determinadas peças, ou melhor, em pouquissimas peças.
Bem, como gosto não se discute, isso não quer dizer que todas as regras devam ser seguidas, pois o gosto depende de cada um, mas que uma peça bem feita e bem acabada faz vista, ha isso faz, sendo essa toda a diferença do trabalho artesanal manual e o das máquinas industriais.
A parte de cima não foi passada, a parte de baixo, foi passada.
Nossa próxima etapa, fazendo um esquema com diversas modelagens.